Foco em tecnologia ajuda start-ups a driblar crise do setor de petróleo

Empresas investem em inovação e diversidade de serviços

O Globo - POR RAMONA ORDOÑEZ 05/06/2017 4:30

 

Foto: Diversificação. Josias da Silva, da Petrec, prestará serviço para setor de mineração - Fernando Lemos / Fernando Lemos

 

RIO - Num momento de incerteza para a indústria quanto ao desempenho do setor de óleo e gás, o investimento em inovação tecnológica serviu para minimizar os efeitos da crise sobre start-ups e pequenas empresas. Na Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ, que conta com oito companhias voltadas para o segmento de óleo e gás, a saída foi diversificar o desenvolvimento de tecnologias para outras áreas.

É o caso da Petrec, fundada pelo geofísico Josias José da Silva, que passou a fazer parte da incubadora em 2013. Josias conta que aprendeu muito com a crise:

— A gente viu que em períodos como esse é preciso otimizar processos para reduzir custos ao máximo. Tivemos que nos reinventar.

Atualmente, a empresa se prepara para sair da incubadora e se tornar “maior de idade”. A Petrec presta serviços em geologia e geofísica para interpretação de dados, pesquisa e desenvolvimento de projetos e conta com o Rocklab Digital, uma plataforma para gerenciar dados geológicos, geofísicos e geoquímicos de reservatórios. Um dos focos é a prestação de serviços a petroleiras que participarão dos leilões marcados para o segundo semestre. Mas, além disso, a empresa já se prepara para prestar serviços na área de mineração e negocia com Vale e a canadense Brookfield, entre outras.

— Nesse período de crise nos qualificamos bastante. Acreditamos que o mercado de petróleo voltará a crescer e isso só se dará com inovação tecnológica — avalia Josias.

 

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Segundo a coordenadora nacional de Petróleo e Gás do Sebrae, Eliane Borges, foram aplicados R$ 62 milhões (em recursos federais, do Sebrae e privados) na qualificação de 18.331 empresas no período de 2009 a 2014, com a participação do Prominp. Após a paralisação do Prominp, o programa do Sebrae continuou com um projeto de capacitação bem menor até o ano passado em diversos estados. Ela conta que a entidade resolveu ampliar a atuação para outros segmentos, como energias renováveis.

 

OPORTUNIDADE PARA PEQUENAS

Mesmo assim, Eliane está otimista com o setor de petróleo e avalia que o grande filão para micro e pequenas empresas é a oferta de inovação tecnológica.

— O setor de petróleo sempre foi cíclico, passamos por um ciclo de baixa, com o agravamento da situação econômica e fomos para o fundo do poço. Mas se percebe um movimento de recuperação. Vejo no desenvolvimento de novas tecnologias a maior oportunidade para as pequenas empresas atuarem no setor. As empresas de inovação tecnológica não desistiram, apesar das dificuldades, pois têm mais capacidade de superar desafios.

 

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